sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PADRE FRANÇOIS BRUNE AFIRMA QUE PODEMOS, SIM, COMUNICAR COM OS MORTOS

A COMUNICAÇÃO ENTRE OS DOIS PLANOS
PAULO DA SILVA NETO SOBRINHO
pauloneto@ghnet.com.br
Guanhães, Minas Gerais (Brasil)

 
Em seu livro Os Mortos nos Falam, o Padre François Brune afirma categoricamente que nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos mortos.

Temos recebido de várias pessoas seguidoras de outras correntes religiosas e-mails com textos ou mensagens que, apesar de alguns dos autores não admitirem, querem “abrir os nossos olhos” para a verdade, verdade deles, é claro. Alguns buscam realçar a questão dos “milagres” como base para sustentar que Deus escolheu a religião deles para os produzir. Isso não seria um privilégio?

Primeiro queremos dizer que não serão os “milagres” que irão nos convencer, já que não acreditamos neles. Acreditamos, sim, que eles são na verdade fatos naturais cujas leis ainda desconhecemos, que acontecem desde os tempos primitivos, em todos os lugares e a qualquer um. Não existe nenhum privilégio para quem quer que seja, já que “Deus não faz acepção de pessoas”, e principalmente porque, como está no livro Sabedoria (11,24): “Tu amas tudo o que existe, e não desprezas nada do que criaste. Se odiasses alguma coisa, não a terias criado”.

Mas queremos realçar um dos pontos fundamentais da Doutrina Espírita, sobretudo por ter sido por ele que ela se formou, que é a comunicação com os mortos e sua interferência no mundo dos chamados “vivos”.

O caso que iremos contar agora não está devidamente relatado como acontecido, pois infelizmente a memória nos trai não retendo tudo aquilo que queremos, mas é um fato real e relatado em reportagens televisivas, pouco tempo atrás.


Nos dias que se sucederam, todos os familiares se juntaram para assistir ao que foi gravado em videocassete, mas ninguém tinha atentado para certo detalhe, até que, num determinado dia, um dos que assistiam chamou a atenção de todos para duas pessoas que, bem ao fundo da Igreja, estavam indo de um lado para outro. Conseguiram identificar uma delas. A surpresa foi geral, pois era a imagem de um parente que havia morrido, ou seja, voltara para o mundo espiritual de onde veio, assumindo sua verdadeira condição de ser espiritual.

Se não há nenhum tipo de comunicação com os mortos, qual o sentido de os católicos fazerem pedidos a eles?

Rebuliço muito grande, na época. O casal apareceu em vários canais de TV exibindo a fita, da qual afirmava categoricamente reconhecer, entre aqueles dois que atravessavam de um lado para outro na Igreja, um de seus parentes desencarnados. Num determinado canal de TV, chamaram “especialistas” para opinar sobre o ocorrido, e entre eles estava um padre católico. Esse padre, que se diz especialista em parapsicologia, na verdade um reconhecido antiespírita, disse que tudo se tratava de fruto da imaginação. Que teria sido o inconsciente das pessoas que teria produzido tal coisa. Desculpe-nos, mas foi bom ver o casal partindo para cima desse referido padre, ao qual, se não fosse contido, talvez esganasse ali diante de milhões de telespectadores.

O fato é que o padre, travestido de cientista, não explicou como o inconsciente consegue produzir a imagem de uma pessoa em que ninguém estaria pensando naquele momento, e que passou a ter vida própria para caminhar de um lado a outro na Igreja. Entretanto, esse mesmo padre aceita, sem contestar, que aqueles aos quais os católicos chamam de santos aparecem aos chamados vivos. Citam a aparição de vários deles e em muitas ocasiões, e até mesmo recorrem aos anais da Igreja para comprovar tal assertiva. Aí perguntamos: somente os Espíritos dos chamados santos católicos podem se manifestar?

Já que falamos em santos, podemos acrescentar: Se não há nenhum tipo de comunicação com os mortos, qual o sentido de os católicos fazerem preces e pedidos a eles? E mais: como esses santos atendem aos pedidos sem que haja uma via de comunicação entre o mundo espiritual e o material? Como se vê, podemos encontrar a maior prova de que os mortos se comunicam exatamente naquilo em que eles acreditam. Mas não queremos ficar só nessa espécie de prova; vamos agora recorrer à Bíblia, livro dito sagrado que, segundo creem, é a palavra de Deus e tudo que nela se contém não apresenta erro.
Analisemos as seguintes passagens:

SM 10,6: E o espírito do Senhor tomará conta de ti, de modo que entrarás em transe com eles, sendo transformado num outro homem.

Aqui percebemos claramente a ocorrência de uma pessoa em transe (mediúnico) recebendo a influência de um Espírito. Ora, você irá dizer que se trata de “o” espírito e não “um” espírito? Segundo afirmam vários estudiosos da Bíblia, quando em grego não aparece o artigo definido é porque a tradução correta deverá ser de “um” e não “o” como se costuma colocar em algumas traduções bíblicas. Ademais, perguntamos: se fosse realmente o espírito de Deus, ele iria “baixar” em alguém? Mais à frente você entenderá por que colocamos “baixar”.

Ser Saul influenciado ora por um Espírito bom, ora por um Espírito mau, é algo perfeitamente aceitável; é o que realmente acontece

Será que existe um ser humano com tamanha elevação para poder receber no seu corpo a influência direta do Criador? Pode ser que alguém acredite nisso, mas nós não, já que não conseguimos enxergar Deus como o simples Criador da Terra, mas o Criador do Universo infinito, do qual não temos ainda capacidade de compreender a magnitude.

1SM 11,6: Quando Saul ouviu estas palavras, o espírito de Deus tomou conta dele, e foi possuído de violenta cólera.

Essa passagem é para comprovar que Deus não influencia as pessoas da forma que os Espíritos fazem. Os que aceitam isso deverão admitir também que Deus ao influenciar alguém possa fazer com que a pessoa se tome de “violenta cólera”, conforme narrado nesta passagem. Somente um fanático poderá aceitar um absurdo desse.

1SM 16,14-16.23: O espírito do Senhor se tinha retirado de Saul e cada vez mais frequentemente o assaltava um mau espírito da parte do Senhor. Então os cortesãos de Saul lhe disseram: “Está bem claro que o espírito mau de Deus te assalta. Ordene nosso senhor – nós teus servos estamos às tuas ordens – que procuremos um homem que saiba tocar cítara. Quanto vier sobre ti o mau espírito de Deus, ele vai tocar com sua mão e te sentirás melhor”. Quando o mau espírito de Deus se apoderava de Saul, Davi tomava a cítara, sua mão dedilhava as cordas e Saul se sentia aliviado e melhorava, e o espírito mau se afastava dele.

Ser Saul influenciado ora por um Espírito bom (espírito do Senhor), ora por um Espírito mau (espírito mau de Deus), é perfeitamente aceitável, é o que realmente acontece. Não há como contestar, para aqueles que não possuem espírito sectário, de egoísmo eclesiástico ou fanatizados por seus líderes religiosos.

1SM 19,9-10: Um dia um espírito mau do Senhor baixou sobre Saul; ele estava sentado em casa com a lança na mão, enquanto Davi dedilhava a cítara. Em dado momento Saul quis espetar a Davi na parede com a lança, mas Davi conseguiu esquivar-se de Saul, de modo que este acertou a lança apenas na parede. Davi fugiu, escapando ileso.

1SM 19,19-20: Quando comunicaram a Saul que Davi estava em Naiote em Rama, ele enviou mensageiros para prender a Davi. Estes viram a comunidade dos profetas, presidida por Samuel, falando em transe profético. Então o espírito de Deus baixou sobre os mensageiros de Saul, de modo que também eles entraram em transe profético. Quando referiram isto a Saul, ele mandou outros mensageiros, mas também estes foram tomados de transe profético. Saul ainda mandou uma terceira vez outros mensageiros, os quais também entraram em transe. Então ele mesmo se pôs a caminho de Rama. Quando chegou à grande cisterna, situada em Soco, perguntou: “Onde estão Samuel e Davi?” Alguém respondeu: “Eles estão em Naiote em Rama”. Quando se pôs a caminho para lá, para Naiote em Rama, baixou também sobre ele o espírito de Deus, de modo que durante todo o caminho até chegar a Naiote em Rama, estava em transe profético. Também ele tirou a roupa e ficou em transe diante de Samuel; caiu no chão e ficou sem roupa todo este dia e toda a noite. Por isso dizem: “Então também Saul é do número dos profetas?”

As provas mais incontestáveis da comunicação com os mortos encontramos, uma no Antigo e outra no Novo Testamento

Observemos nas duas narrativas acima as expressões “um espírito mau do Senhor baixou” e “o espírito de Deus baixou”. É tal e qual se fala normalmente quando, não conhecendo o fenômeno mediúnico, as pessoas dizem: “o espírito baixou” em fulano, ao verem alguém que está sob a influência de um Espírito. Qual a diferença?

As duas provas mais incontestáveis da comunicação com os mortos vamos encontrar, uma no Antigo Testamento e outra no Novo Testamento.

A primeira é velha conhecida dos nossos adversários que querem de todas as maneiras buscar uma outra interpretação para ela, de modo que não fique evidenciado o fato de que houve uma comunicação com o Espírito de uma pessoa que já havia falecido. Está narrado em 1 Samuel 28, que iremos resumir: Saul, cercado pelos filisteus, querendo saber o que ia acontecer ao povo no caso da guerra contra eles, busca uma pitonisa de Endor para que ela lhe adivinhe o que estaria para acontecer no futuro. Pede à médium, no caso é uma mulher, para que evoque o Espírito de Samuel, para que ele possa consultá-lo a respeito do que o afligia. O Espírito de Samuel aparece e, incorporado, ou seja, depois de “baixar” na médium, diz a Saul que ele iria morrer naquela guerra, o que de fato acabou ocorrendo.

Na que encontramos no Novo Testamento, devemos realçar que o fato acontece, nada mais nada menos, de que com Jesus. Na ocasião, Ele, acompanhado de Pedro, Tiago e João, sobe ao Monte Tabor, lá se transfigura e lhe aparecem os Espíritos de Moisés e Elias que conversam com Ele (Mt 17,1-9). Não há como a coisa ficar mais clara que isso. Repetimos, somente os fanáticos é que não veem, ou não querem ver.

Poderíamos colocar várias pesquisas realizadas sobre a comunicação dos mortos, feitas por pessoas idôneas e de reconhecido saber científico. Mas não iremos colocá-las por dois motivos. O primeiro porque certas coisas, apesar de serem fatos reais, não necessitam de comprovação, até mesmo porque em algumas situações as condições de provas são muito difíceis, a exemplo da crença em Deus, cuja existência até hoje ninguém conseguiu provar, apesar de todos nós aceitá-la tranquilamente. O segundo porque os atuais donos da verdade, que ao menos se propõem a fazer a pesquisa com o mesmo rigor científico desses pesquisadores, irão afirmar: as condições de época..., Freud ainda não havia trazido a hipótese do inconsciente etc. Aliás, essa tal hipótese do inconsciente é falada, mas nunca ninguém provou sua existência, como e em que condições esse inconsciente produz os fatos a ele atribuídos.

Vamos falar de testemunhos de pessoas que não pertencem às hostes espíritas, para que não falem que estamos puxando a “brasa para a nossa sardinha”. Novamente citaremos dois casos.

No livro O Além Existe, Lino Sardos Albertini relata o caso da comunicação que teve com seu filho desencarnado.

O primeiro deles está relatado no livro O Além Existe, onde o autor relata o caso da comunicação que teve com seu filho já desencarnado. O autor chama-se Lino Sardos Albertini, de cuja biografia extraímos estes dados: advogado, profissional liberal, exerce atividade em Trieste, onde reside na Rua Piccardi, 43. Foi presidente da Academia de Estudos Jurídicos e Econômicos “Cenáculo Triestino” e presidente da Junta Diocesana de Ação Católica de Trieste. Foi – e talvez ainda seja – vice-presidente nacional da União Pan-europeia Italiana e presidente da Arqueoclube de Trieste. É autor de vários ensaios. Na contracapa se diz:

“Este livro é a crônica de um diálogo incomum, entre duas diferentes dimensões, entre o aquém e o além, entre o pai que chama e um filho, morto em circunstâncias dramáticas, que responde. O diálogo ocorre através de uma sensitiva que categoricamente exclui qualquer recompensa e se recusa a desenvolver uma atividade pública”.

“Ela pratica um tipo de escrita automática por meio da qual desemaranha o fio que mantém unidos o advogado e seu filho, André”.

“Crítico e descrente no começo, Lino Sardos Albertini teve de resignar-se aos fatos inexplicáveis que André apresentava, a lógica severa das respostas, a sua coerência. Extraordinária é a maneira de transmissão das mensagens”.

“Envolvente como um romance, impregnado – mesmo na situação dolorosa – de fé e esperança, este livro há de induzir os seus leitores a uma meditação profunda”. (ALBERTINI, 1989, contracapa.)

O livro de que dispomos foi traduzido da 12ª edição italiana (um best-seller?), por uma editora de orientação estritamente católica que é a “Edições Loyola”, mas, infelizmente, quando depararam com o que realmente tinham editado, não se publicou mais nenhuma nova edição. Assim, a verdade mais uma vez foi para debaixo do tapete.

O segundo livro é mais interessante porque o seu autor é um padre católico. Seu nome é Padre François Brune, do qual se diz:

O Pe. François Charles Antoine Brune é bacharelado em Latim, Grego e Filosofia. Cursou seis anos de “Grand Seminaire”, sendo cinco no Instituto Católico de Paris e um na Universidade de Tubingen. Tem cinco anos de curso superior de Latim e Grego na Universidade de Sorbone. Estudou as línguas assírio-babilônico, hebreu e hierógrafos egípcios. Foi licenciado em Teologia no Instituto Católico de Paris em 1960, e em Escritura Sagrada, no Instituto Bíblico de Roma, em 1964. Foi professor de diversos “Seminaires” durante sete anos. Estudou a tradição dos cristãos do Oriente e dedica-se a estudos dos fenômenos paranormais. (BRUNE, 1991, orelha da contracapa.)

A morte é apenas uma passagem. Nossa vida continua, sem qualquer interrupção, até o fim dos tempos.

Segundo temos notícias, o Padre Brune é o representante do Vaticano para assuntos de Transcomunicação Instrumental (Comunicação dos mortos por aparelhos eletrônicos).
Em seu livro, após afirmar, categoricamente, que “O após vida existe e nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos de mortos” (BRUNE, 1991, p. 15), o Pe. François Brune arremata dizendo:

Escrevi este livro para tentar derrubar o espesso muro de silêncio, de incompreensão, de ostracismo, erigido pela maior parte dos meios intelectuais do ocidente. Para eles, dissertar sobre a eternidade é tolerável; dizer que se pode entrar em comunicação com ela é considerado insuportável.

[...] Tomem este livro como um itinerário. Abandonem, tanto quanto possível, suas ideias preconcebidas. Não tenham medo; se este livro não os transformar, logo se aperceberão. Em todo caso, leiam esta obra como a história de uma descoberta fabulosa e verdadeira.

Progressivamente então, surgirão essas verdades essenciais que se tornarão, assim eu lhes desejo, a matéria de suas vidas. A morte é apenas uma passagem. Nossa vida continua, sem qualquer interrupção, até o fim dos tempos. Levaremos conosco para o além nossa personalidade, nossas lembranças, nosso caráter. (BRUNE, 1991, p. 15-17.)

Fica aí a título de conclusão a fala do Padre Brune, cujo conteúdo sugerimos para reflexão dos que tentam dizer que tudo no Espiritismo é superstição, fruto da imaginação ou coisa que o valha.

Referências bibliográficas:
BRUNE, F. Os Mortos nos Falam. Sobradinho, DF: Edicel, 1991.
ALBERTINI, L. S. O Além Existe. São Paulo: Loyola, 1989
Bíblia Sagrada – 8ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1989.









Um casal comemorando as bodas de ouro (ou seria de prata?), junto com familiares e amigos, estava numa Igreja participando de uma missa realizada em agradecimento a Deus pelo convívio mútuo dos cônjuges até aquela data, fato que nos dias de hoje, diga-se de passagem, torna-se cada vez menos frequente, já que a separação se tornou uma rotina para muitos casais. Para guardar aquele acontecimento, a belíssima cerimônia foi filmada, visto que no futuro a lembrança do que ocorreu naquele dia poderia se perder completamente.

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